Motorista apresentou nota fiscal incompleta em Posto Fiscal de Itumbiara.
Exército foi chamado para investigar o veículo; empresa será indiciada.

Um caminhão que carregava 215 kg de explosivos e 960 detonadores foi interceptado nesta quinta-feira (25) por agentes do Posto Fiscal de Itumbiara, região sul de Goiás. O motorista apresentou uma nota fiscal incompleta e o Exército de Araguari (MG) foi chamada para investigar o veículo. Segundo a polícia, o caminhão havia saído de Cruzeiro (SP) e tinha como destino a cidade de Santa Helena, no sudoeste de Goiás.

O motorista informou aos fiscais que a carga seria levada para uma pedreira na cidade goiana. Para carregamentos deste tipo, é necessário que a nota fiscal e a guia de tráfego identifiquem o destinatário do carregamento. No entanto, ambos os documentos informaram que tanto o endereço de origem como o de entrega era o da empresa fabricante.

"A nota fiscal veio com mercadoria a vender. Após comunicar a polícia e o Exército, chegamos à conclusão que tem de haver um destino certo e que ela não poder vir como mercadoria a vender", disse o supervisor do posto fiscal, Antônio José de Lima Fontes.Por conta desta irregularidade, o caminhão foi impedido de seguir viagem. As caixas onde estavam os explosivos foram identificadas, lacradas e apreendidas preventivamente.Além disso, de acordo com os militares do Exército, o caminhão não estava cadastrado para transportar as mercadorias, embora a empresa tenha autorização para fabricar e vender os produtos.

"Vamos abrir um processo administrativo para verificar possíveis erros que a empresa possa ter cometido na parte da documentação", informou o capitão Adilson Batista de Oliveira, chefe de fiscalização do exército. A Polícia Civil instaurou um inquérito para apurar o caso. Conforme explicou o delegado Lucas Finhouldt, funcionários da empresa responderão judicialmente pelo fato. "Os gerentes e proprietários da empresa serão interrogados e indiciados pelo artigo 16, inciso III do Estatuto do Desarmamento, que é a posse de artefato explosivo irregular", explicou. Uma assessora da empresa responsável pela mercadoria, disse que houve um erro no preenchimento da nota fiscal e que não sabe ainda porque o caminhão apreendido não está cadastrado no Exército para poder realizar o transporte.