Os restos mortais do aposentado Franco Sala, de 56 anos, de nacionalidade italiana, desaparecido desde março deste ano, foram localizados por agentes do 2º Distrito Policial na última terça-feira à noite, dentro da residência da dona de casa Abadia Lemos Gonçalves, de 63, mãe de Arlete Gonçalves Lemes, ex-mulher do aposentado (bem mais nova que o homem, mas que não teve a idade confirmada pela polícia). A casa fica na Rua Professor Geraldo Rosa, no Bairro das Bandeiras - Região Norte de Anápolis.
O corpo foi sepultado a uma profundidade de 1,5 metro, em um dos quartos da residência, que recebeu uma densa camada de concreto, antes de ter acabamento feito em piso cerâmico. Era nesse quarto que dormia Diego Gonçalves, filho de Arlete, e que foi preso recentemente ao lado da avó, Abadia Lemos, ambos acusados de tráfico de drogas.
O crime aconteceu em março deste ano, poucos dias depois de Franco Sala vir para o Brasil na tentativa de reatar o relacionamento com Arlete Gonçalves. Depois de quase dois anos de casados - o casamento aconteceu no dia 25 de junho de 2009, na Itália - Arlete não quis mais o relacionamento e voltou para Anápolis.
Inconformado com o fim do casamento e reivindicando também o pagamento de 100 mil francos suíços que ele havia emprestado para a ex-mulher, Franco Sala veio para o Brasil, mas encontrou Arlete na companhia de Edmar Borges. A polícia acredita que para se livrar do assédio do aposentado e também da dívida, Arlete, ao lado de Edmar Borges, teria planejado o crime.
De acordo com o delegado do 2º Distrito Policial, Hylo Marques Pereira, que comandou as investigações, Bruno Alexandre pode ter sido um dos executores do crime. Ele teria asfixiado a vítima, recebendo R$ 3 mil pelo serviço. Bruno é conhecido da família e também está preso com o grupo.
Já a dona de casa Abadia Lemes Gonçalves e o neto dela, Diego Gonçalves, deverão ser indiciados por tráfico de drogas e ocultação de cadáver.
Embaixada comunicou sumiço à Polícia Civil
O 2º Distrito Policial iniciou as investigações a partir de um comunicado da Embaixada da Itália no Brasil, através do qual o órgão dava conta de que Franco Sala estava desaparecido. Segundo os funcionários da embaixada, Mário Dacco e Pasquale Matafora, que estiveram ontem em Anápolis, a família percebeu algo de estranho a partir do cancelamento do cartão bancário do aposentado.
De acordo com o delegado Hylo Marques, o primeiro trabalho foi realizado pelo Serviço de Inteligência da Polícia, com o uso de grampos telefônicos e do acompanhamento da rotina da família. Cães farejadores indicaram onde o corpo estava enterrado, antes do início das escavações.
| Autor: Jornalista Paulo Nunes Gonçalves de Anápolis - Foto: Ricardo Rafael |
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