Três suspeitos de participação na morte da advogada Michelle
Muniz do Carmo, 30 anos, filha do deputado estadual Luiz Carlos do Carmo foram
apresentados na manhã desta sexta-feira (27/4) na Secretaria de Segurança
Pública e Justiça (SSPJ). Foram presos durante a semana Diogo Souza Pinheiro,
21 anos, Jhonatan Rosa de Souza (conhecido como “Dionim”), 20 anos, e Wesley
Veríssimo dos Santos, 20 anos. Também é suspeito de participar da quadrilha o
cabo do Exército Luan Henrique da Silva Neto, 20 anos, que está detido no
quartel da Brigada de Operações Especiais do Exército.
Para a delegada titular da Delegacia de Investigações de
Homicídios (DIH), Adriana Ribeiro, não há dúvidas de que Michelle foi vítima de
latrocínio (roubo seguido de morte). O crime aconteceu na madrugada de sábado
(21/4) na Avenida T-63, no Setor Nova Suíça, em frente a uma distribuidora de
bebidas. Michelle havia parado o carro que dirigia, um Honda Civic branco, para
comprar bebidas. Quando estava na porta da distribuidora, a advogada foi
abordada por “Dionim”.
Quando percebeu que outro rapaz havia entrado no carro, a
advogada correu em direção ao veículo. “No ímpeto, ela disse: ‘olha, vocês não
vão entrar no meu carro. Se vocês levarem, vão me levar junto’”, diz a delegada
Adriana. Michelle teria, então, lutado com Dionim dentro do carro. Ele atirou
contra ela, que morreu no local. Para Adriana Ribeiro, a reação de Michelle foi
decisiva para o crime. “A reação da vítima, em crimes de assalto, compromete a
segurança dela. Se ela não tivesse reagido, acredito que ainda estaria viva”,
completa.
Investigação
Segundo Adriana Ribeiro, os presos fazem parte de uma
quadrilha de assaltantes e traficantes que age no Parque Santa Cruz e no Parque
Flamboyant. Os veículos seriam encomendados por quadrilhas que agem dentro da
Penitenciária Odenir Guimarães, o antigo Cepaigo. “Os presos entram em contato
com as quadrilhas e encomendam caminhonetes e carros específicos. Os
receptadores trocam os veículos por drogas ou vendem nas fronteiras”, conta a
delegada.
A Polícia Civil identificou seis participantes da quadrilha
da qual Michelle foi vítima. Além dos quatro já presos, os policiais ainda
procuram por Jhonathan de Oliveira Costa, o “Cintião”, de 21 anos. Na noite do
crime, segundo a Polícia Civil, ele dirigia o GM Celta branco que transportava
o grupo e que foi emprestado pelo cabo do Exército Luan Henrique. “Tenho
certeza que nas próximas horas devemos prendê-lo”, contou a delegada. Segundo
Adriana Ribeiro, todos os presos ouvidos confessaram o crime.
A arma do crime também foi recuperada pelos policiais. Ela
estava com Michel Castro de Jesus, 21 anos, que a entregou voluntariamente para
a polícia. Ele contou aos policiais que emprestou o revólver para Wesley, que
cedeu a arma para Dionim e, depois do assassinato, a devolveu para Michel. Como
cooperou com as investigações, Michel deve responder pela participação no crime
em liberdade. Os
presos serão indiciados pelo crime de latrocínio, cuja pena varia de 20 a 30 anos. Dionim, Diogo e
Wesley foram levados para a carceragem das delegacias especializadas na Cidade
Jardim, em Goiânia.
No início das investigações, a Polícia Civil chegou a
levantar as hipóteses de crime passional e homicídio. “Tudo é investigado para
não ter nenhuma sombra de dúvida do que aconteceu. Nós temos a certeza de que
foi o crime de latrocínio”, completou.
Operação
Dos quatro presos, um foi detido pela Polícia Militar e o
restante por policiais da DIH, auxiliados por agentes da Delegacia de Furtos e
Roubos de Veículos (Derfrva) e da Delegacia Estadual de Repressão a Narcóticos
(Denarc).
O desconforto gerado entre Polícia Militar e Civil foi
minimizado pelo secretário de Segurança Pública, João Furtado. “Foi uma
competição saudável. As duas polícias queriam prender primeiro os bandidos. Foi
isso o que aconteceu”, disse o secretário. Ele estava acompanhado da
delegada-geral da Polícia Civil, Adriana Accorsi, e do comandante do
Policiamento da Capital, tenente-coronel Márcio Queiroz.
Questionado se houve mais empenho dos policiais na solução
do crime porque Michelle era filha do deputado Luiz Carlos do Carmo, João
Furtado disse que “não houve diferenciação. Nosso dever é agir bem em relação a
qualquer cidadão que for vítima de violência”. Desde janeiro de 2011, segundo o
secretário, todos os casos registrados na Grande Goiânia de latrocínio foram
solucionados.
Fonte/: Larissa Lessa – Site A Redação
Foto: André Saddi