Várias cidades do Estado de Goiás estão sofrendo os prejuízos causados pelas chuvas dos últimos dias. As mais afetadas foram Itumbiara, na região Sudeste, Luziânia, no Entorno do DF, e Goiânia. Muitos moradores somam os prejuízos e aguardam soluções para o problema. Em Itumbiara, parte da mureta de proteção do Córrego Trindade caiu e a correnteza levou também um pedaço da rua.

A área foi isolada pela equipe do Corpo de Bombeiros e com o risco de novos desabamentos algumas pessoas foram orientadas a deixar o local. O mesmo córrego alagou uma casa em outro ponto da cidade. Um casal teve que ser resgatado pelos bombeiros: “Quando nós chegamos em casa eles estavam dormindo e a água estava bastante alta. Nós tivemos que retirá-los usando uma viatura náutica”, diz o tenente dos bombeiros João Roberto Félix Santana. Uma rede de esgoto foi rompida e os resíduos caem direto no Rio Paranaíba. A Saneago informou que só depois que o volume da água abaixar no córrego é que será possível realizar o conserto necessário da rede. O problema é que a cidade pode ficar em estado de emergência e isso significa que o município sozinho não consegue resolver os seus problemas e precisa de ajuda estadual ou mesmo federal. A previsão da meteorologia é de mais chuva nos próximos dias em Itumbiara.

Em Luziânia, onde a chuva de domingo (8) deixou dezenas de desabrigados, a população se mobiliza através de doações e os bombeiros já começaram a cadastrar as vítimas. Em uma das principais avenidas de Luziânia, agentes de trânsito tentaram controlar o tráfego de veículos, mas os motoristas que passaram pelo local tiveram bastante dificuldade. A chuva forte começou na noite de domingo e em poucas horas fez o Rio Vermelho inundar e alagar dezenas de casas. Um caminhão foi engolido por uma cratera aberta no centro da cidade e só foi retirado do local com a ajuda de cinco máquinas. Na rotatória, ficou um buraco de quase dez metros de profundidade e muitos transtornos. Para quem perdeu quase tudo com a chuva, a situação só não é pior por causa da ajuda de pessoas que levam lençóis e roupas para os moradores atingidos: “Eu sinto que todos nós devemos fazer nossa parte não só como assistentes sociais, mas como cidadãos”, ressalta a funcionária pública Maria Selma de Queiroz. A Secretaria de Promoção Social de Luziânia informou que vai começar a cadastrar as famílias atingidas nesta terça-feira (10) para oferecer ajuda e também ver quem deseja se mudar para outros pontos onde não há risco de alagamentos.

Em Goiânia a principal preocupação é com as áreas de risco. Ainda há famílias em pontos que podem ceder a qualquer momento, ser invadidos pela água da chuva ou até mesmo engolidos pelas erosões. Na obra de prolongamento da Marginal Cascavel, no Jardim América, a erosão aumenta a cada chuva. As obras que estão temporariamente paradas, segundo os moradores são a causa do problema. Em outubro de 2011 um carro caiu no buraco e a situação, de acordo com os moradores, ainda não foi resolvida. E outras regiões da cidade o problema são as áreas de risco.

A Vila Romana, concentra o maior número de famílias que vivem em alto grau de risco na capital. Com as chuvas, o nível do córrego subiu ameaçando ainda mais os barrancos que ainda sustentam as casas. Outro local de risco, segundo a Defesa Civil, é a Vila Roriz. Várias casas foram alagadas e muitas famílias contabilizam os prejuízos. O chefe da Seção de Planejamento da Diretoria de Defesa Civil, o major Pedro Carlos Borges de Lira, afirma que as famílias já foram cadastradas e deverá ser retiradas o mais rápido possível. Ele orienta as famílias que estão em locais perigosos a ficarem sempre atentas ao serviço de meteorologia e ao nível de água dos rios e córregos e qualquer sinal de desabamento deverão acionar a Defesa Civil.